Pesquisas em todo o mundo comprovam que o consumo de medicamentos para disfunção
erétil cresce assustadoramente e em faixas etárias cada vez menores. O Brasil perde apenas para os Estados Unidos no consumo desta classe de medicamentos.
Paralelamente, cresce de forma avassaladora a quantidade de obesos no Brasil e no mundo. Há uma relação direta entre a queda da libido, desempenho sexual e a obesidade. O tecido adiposo hipertrofiado dos obesos produz uma excessiva quantidade da substância Leptina. Sua finalidade é sinalizar ao cérebro a saciedade produzida pelo alimento. Esta substância também estimula os hormônios sexuais na glândula hipófise, FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e LH (Hormônio Luteinizante), que são responsáveis por comandar as células dos testículos para produzirem espermatozoides e testosterona, respectivamente. A Leptina também exerce ação direta sobre as células de Leydig localizadas nos testículos para produzirem a testosterona e de Sertoly para produzirem espermatozoides.
O problema que ocorre nos obesos é que a Leptina em excesso produz uma resistência nos receptores, e não consegue estimular a produção dos hormônios sexuais e espermatozoides. Em consequência disso ocorre uma queda na produção de testosterona e diminuição da espermatogênese (produção de espermatozoides), em homens cada vez mais jovens.
A queda da testosterona produz efeitos devastadores não apenas no interesse e desempenho sexual, mas também na saúde e qualidade de vida dos homens. A testosterona é o hormônio que impulsiona o homem a concretizar suas metas, e sua diminuição está relacionada com depressão, queda do desempenho físico, falta de foco mental, diminuição do entusiasmo, sarcopenia (diminuição do volume muscular), queda da resistência às doenças e entusiasmo pela vida. Na realidade, ocorre aceleração do envelhecimento do corpo, da mente e da alma.
Há cerca de 20 anos surgiu nos Estados Unidos a Medicina Antienvelhecimento, cujo objetivo é prevenir as doenças, prolongar a vida com melhor qualidade. O médico Antienvelhecimento identifica as deficiências de nutrientes e hormônios e as corrige. Dessa forma, prevenimos as doenças, prolongamos a vida, otimizando as funções do organismo.
Os hormônios não caem porque envelhecemos. Nós envelhecemos porque os hormônios caem. Ajustando os hormônios para níveis ideais, teremos um desempenho proporcional aos níveis hormonais de excelência.
O primeiro passo para melhorar os níveis hormonais não é repor a testosterona, sobretudo em homens mais jovens. Muito menos utilizar medicamentos para disfunção erétil. O que devemos fazer é evitar ou reverter a RESISTÊNCIA LEPTÍNICA, ou seja, emagrecer, para que os receptores de insulina respondam ao seu comando.
Os adipócitos hipertrofiados do obeso, também produzem maior quantidade da enzima aromatase, que é responsável pela conversão de testosterona em estradiol (hormônio feminino). Ou seja, a pouca testosterona produzida, devido à inibição da resistência leptínica, é convertida para hormônio feminino. Se a pouca testosterona já tem um efeito devastador no corpo e mente do homem, o excesso de hormônio feminino agrava muito mais o quadro clínico.
Outro ponto importante é evitar os ESTROGÊNIOS AMBIENTAIS, pois também inibem a produção de testosterona. Estão presentes nos agrotóxicos, embalagens plásticas de alimentos industrializados, poluentes ambientais etc.
O ESTRESSE também é outro fator que diminui a produção de testosterona, devido ao aumento do hormônio cortisol, que é comandado por outro hormônio no hipotálamo chamado CRH (Hormônio Liberador de Corticotropinas). Este hormônio é responsável por iniciar a resposta à sobrevivência, exercendo portanto, ascendência sobre os demais hormônios. Na vigência de estresse crônico, esse hormônio sobressai sobre os demais, inibindo-os, inclusive a produção de testosterona.
Em resumo, o aumento da LEPTINA, do ESTROGÊNIO, do CORTISOL e dos ESTROGÊNIOS AMBIENTAIS, são responsáveis pela queda da espermatogênese e testosterona dos homens, e só Deus sabe o que isso representará para as futuras gerações.
Autor: Dr. Jorge Jamili
Endocrinologista - Nutrólogo - Geriatra
Fonte: buscasaude.com.br