Sedentarismo: milhões de mortes por ano

Cinco milhões de pessoas no mundo morrem por conta do sedentarismo. Segundo estudo publicado pela revista de medicina britânica The Lancet em julho de 2012, um terço da população não pratica atividade física e o sedentarismo mata milhões de pessoas por ano.

A pesquisa mostrou que a falta de exercício físico é responsável por mais de mais de 5,3 milhões de mortes ocorridas em todo o mundo em 2008.

Sedentarismo

Em um segundo estudo, os pesquisadores afirmam que de cada 10 pessoas com mais de 15 anos, três não praticam atividades físicas. O que mais preocupa os pesquisadores é o quadro dos adolescentes. De acordo com o levantamento, quatro em cada cinco adolescentes entre 13 e 15 anos não praticam atividades físicas. As atividades físicasque estão sendo consideradas no estudo são exercícios moderados com duração de 30 minutos. No caso, seriam exercícios praticados cinco vezes por semana. Já os exercícios mais pesados, seriam os exercícios que duram 20 minutos e são praticados três vezes por semana. Porém, a grande maioria não pratica nem um e nem outro.

A falta de exercício físico causa cerca de 6% das doenças coronarianas, distúrbios que envolvem a circulação das artérias, 7% dos casos de diabetes tipo 2, que é a forma mais comum, e ainda 10% dos cânceres de cólon e mama. Os pesquisadores também mostraram que o sedentarismo aumenta com a idade e as mulheres são as mais atingidas.

Sedentarismo mata tanto quanto cigarro, diz estudo

Um estudo divulgado a poucos dias do início das Olimpíadas de Londres diz que a falta de exercícios tem causado tantas mortes quanto o tabagismo.

Cigarro mata

A pesquisa, publicada na revista médica "Lancet", estima que um terço dos adultos não têm praticado atividades físicas suficientes, o que tem causado 5,3 milhões de mortes por ano em todo o mundo.

A inatividade física é responsável por uma em cada dez mortes por doenças como problemas cardíacos, diabetes e câncer de mama ou colorretal, diz o estudo. Os pesquisadores dizem que o problema é tão grave que deve ser tratado como uma "pandemia".

Eles afirmam que a solução para o sedentarismo está em uma mudança generalizada de mentalidade, e sugerem a criação de campanhas para alertar o público dos riscos da inatividade, em vez de lembrá-lo somente dos benefícios da prática de esportes.

Segundo a equipe de 33 pesquisadores de vários países, os governos deveriam desenvolver formas de tornar a atividade física mais conveniente, acessível e segura.

Um dos coordenadores da pesquisa é Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS).

"Com as Olimpíadas, esporte e atividade física vão atrair uma tremenda atenção mundial, mas, apesar de o mundo assistir à competição de atletas de elite de muitos países, a maioria dos espectadores será de sedentários", diz ele.

"O desafio global é claro: tornar a prática de atividades físicas como uma prioridade em todo o mundo para aumentar o nível de saúde e reduzir o risco de doenças."

No entanto, a comparação com o cigarro é contestada por alguns especialistas. Se o tabagismo e a inatividade matam o mesmo número de pessoas, a quantidade de fumantes é bem menor que a de sedentários, tornando o tabaco muito mais perigoso.

Para Claire Knight, do Instituto de Pesquisa de Câncer da Grã-Bretanha, "quando se trata de prevenção de câncer, parar de fumar é de longe a coisa mais importante que você pode fazer".

América Latina

Na América Latina e no Caribe, o estudo mostra que o estilo de vida sedentário é responsável por 11,4% de todas as mortes por doenças como problemas cardíacos, diabetes e câncer de mama ou colorretal. No Brasil, esse número sobe para 13,2%.

Os países com as populações mais sedentárias da região são Argentina, Brasil e República Dominicana. E a nação com a população menos sedentária é a Guatemala.

A inatividade física na América Latina seria a causa de 7,1% dos casos de doenças cardíacas, 8,7% dos casos de diabetes tipo 2, 12,5% dos casos de câncer de mama e 12,6% dos casos de câncer colorretal.

No Brasil, o sedentarismo é a causa de 8,2% dos casos de doenças cardíacas, 10,1% dos casos de diabetes tipo 2, 13,4% dos casos de câncer de mama e 14,6% dos casos de câncer de cólon.

A médica I-Min Lee, do Hospital Brigham e da Escola Médica da Universidade de Harvard, que dirigiu o estudo, assinalou que todos esses casos poderiam ter sido prevenidos se a população de cada país e região fosse fisicamente mais ativa.

Ela diz que, na região das Américas, poderiam ser evitadas cerca de 60 mil mortes por doenças coronárias e 14 mil mortes por câncer colorretal.

Desafio global

É recomendado que adultos façam 150 minutos por semana de exercícios moderados, como caminhadas, ciclismo e jardinagem.

Ciclismo

O estudo indica que as pessoas que vivem em países com alta renda per capita são as menos ativas. Entre os piores casos está a Grã-Bretanha, onde dois terços da população não se exercitam regularmente.

A professora Lindsey Davies, presidente da Faculty of Public Health, órgão que formula políticas e normas de saúde pública da Grã-Bretanha, diz que "precisamos fazer o possível para que as pessoas cuidem da sua saúde e façam atividade física como parte da vida cotidiana".

"O ambiente em que vivemos tem um papel importante. Por exemplo, pessoas que se sintam inseguras no parque mais próximo vão evitar usá-lo", disse.

Fonte: vitalacademiamacaubal.blogspot.com.br

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