Teoria: Estrutura Muscular

Hoje vou mais incomodar do que resolver...
Perguntar sempre incomoda para quem tem preguiça de pensar ou quem pensa que tudo sabe, mas eu vou fazer algumas perguntas para vocês de duvidas que eu tenho para dividirmos o mesmo conhecimento a partir do que será gerado em buscas destas respostas, combinado?





Sendo assim...
Seu tríceps é igual seu bíceps? seu quadríceps é igual a sua musculatura posterior da coxa? como é seu abdômen em relação aos outros músculos que você possui? há mais algum músculo com múltiplos ventres? sua musculatura de tronco é semelhante a sua musculatura de membros?

Vou facilitar dessa vez porque a questão hoje é mais biomecânica: olhe a forma pessoal... olhem a forma. Por favor, olhem a forma.

Sempre que vou falar a alguém ou algumas pessoas sobre fisiologia eu sempre sempre sempre ressalto que as alterações de forma vêm devido a algum tipo de alteração de função. Basta pensar no que vem primeiro: o treino ou a musculatura desenvolvida? A musculatura se desenvolve a partir do treinamento, correto? Portanto, também quando olhamos para um físico a ser preparado talvez seja interessante olhar para a forma daquilo que se quer preparar em ordem de se ter uma idéia da razão pela qual aquilo foi construído daquela forma, mais explicitamente: a que função aquela forma é correlata!

Agrupando...

Olhe seu tríceps e veja as semelhanças com o quadríceps:

1. são musculaturas extensoras

2. são compostas de uma série de músculos anatômicos e mais alguns fisiológicos (no caso do quadríceps, por exemplo, são 4 anatômicos e 7 fisiológicos!)

3. são derivadas de estruturas "penadas", ou seja, onde a disposição das fibras musculares está em 45o aproximadamente em relação ao eixo de movimento.

olhe seu bíceps braquial e compare com seu bíceps femoral:

1. são musculaturas flexoras

2. são compostas por um ou dois ventres no máximo

3. são fibras longas e longilíneas alinhadas ao eixo de movimento.

Agora vamos comparar funções:

1. tríceps braquial e quadriceps

- ambos são extremamente fortes, necessidade básica de uma estrutura que supostamente precisa estar apta para se defender de eventos diversos desde afastar um objeto ou mesmo num caso de queda iminente, num arco reflexo veloz, seja capaz de sustentar o peso do corpo seja para evitar a queda, seja para, no caso da queda, desacelerar o corpo em forma de proteção.

No caso de um ataque por exemplo o natural é repelir o agressor, e lá está a musculatura extensora trabalhando...

Por tal demanda, há que se desenvolver e se agrupar um numero maior de músculos em ordem de "fortalecer" ou potencializar aquele movimento necessário, daí o agrupamento de diversos músculos compondo partes específicas do movimento de forma ao arco de movimento ter uma distribuição homogênea de potencia e força.

Daí vemos a estrutura penada do músculo ter lugar: com um arranjo de 45o em relação ao eixo de movimento conseguimos um numero maior de fibras atuante naquele mesmo seguimento. Ainda que com um comprimento e uma capacidade de encurtamento individual reduzido este problema é resolvido pela possibilidade de sempre poder se adicionar mais fibras ao ventre muscular...

2. bíceps braquial e bíceps femoral

Hmmmm... daí vem a historia...

São musculaturas de função desaceleradora, por causa disso está numa estrutura longilínea que oferece resistência em qualquer amplitude de movimento, distribuindo a força sofrida nas unidades contráteis no seu comprimento. Fibras alinhadas com o eixo de movimento nessa situação é uma vantagem biomecânica...

Sendo assim, é fácil raciocinar que tríceps e quadríceps foram feitos para serem fortes (no sentido exato) enquanto bíceps braquial e femoral foram feitos para serem resistentes, ou pelo menos para uma função um pouco diferente...

Quem já não sentiu aquele treino de coxa anterior que se colocou força, força e mais força e a fadiga foi intensa mas passou em alguns minutos e comparou com aquele treino de alta resistência anaeróbica que deu vontade de vomitar e ficou latejando o quadríceps por uma semana??

Ou ainda aplicou aquele método de treino bizarro de tríceps para o seu bíceps e ficou sentindo como se o seu braço estivesse pendurado no corpo o resto da semana??

pois é...

o desafio é esse: se são músculos de formas e construções diferentes certamente são porque são para propósitos diferentes, portanto não é absurdo se pensar que cada grupo muscular demanda uma metodologia de treinamento diferente em ordem trabalhar a deficiência existente em ordem de estimular o desenvolvimento sem se perder proporções...

Fique atento com seu corpo e utilize-o de laboratório de experiências com seus treinos, mas de uma forma consciente... defina um padrão e de um tempo razoável para observar mudanças: 8, 12 semanas. Lembre-se de ter padrões mensuráveis e objetivos de comparação em ordem de poder se reavaliar sem se enganar. Se acertou, estude para descobrir o que. errou-se, mude o paradigma, mas não desista! e principalmente: lembre-se de que quem treina, treina buscando melhorar suas deficiências. o que menos desenvolvemos é o que mais precisa ser treinado - num sentido amplo! Forma, proporcionalidade, aptidões... tudo isso muda e as deficiências, ainda que não sejam claras, tem de ser buscadas para poderem ser trabalhadas.

Físico bom, do ponto de vista funcional ou do ponto de vista visual, se constrói com método.

Tentativa e erro vai lhe tomar a única coisa que você tem de precioso na vida, pois não pode ser comprado: tempo.

Fonte: superperformance.blogspot.com.br
  
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